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  • Foto do escritorMayrah Luiza

Resenha Emília 100 anos

HQ Emília 100 Anos celebra centenário da personagem de Monteiro Lobato com diferentes representações da boneca de pano


A capa do quadrinho é a personagem Emília de pele negra e cabelos coloridos presos em chuquinhas. atrás dela está um pasto verde, a esquerda uma uma pequena cerca e casa e a direita uma macieira.
Foto: Divulgação editora Skript

Nota das Cartunadas: este texto, diferente da maioria do nosso site, não possui transcrição em áudio por problemas técnicos que estamos enfrentando. Assim que isso tudo passar, iremos incluir a versão em áudio, tudo bem?



Título: Emília 100 anos

Autores: Alice Monstrinho, Aline Lemos, Ana Flávia, Ana Maria S Pereira, Beatriz Miranda, Bel Pardal, Camila Raposa, Clara Lagos, Cris Eiko, Denise Bueno, Fabiane, Geovana Held, Giulia Felice, Giulia Garcia, Giulia Lagrotta, Jakie Buchabqui, Julia Tietbo, Lia Harumi, Lila Cruz, Luli Pena, Majory Lissa, Melissa Garabeli, Monique Malcher, Paloma Barbosa, Renata Rinaldi, Talita Grass e Vanete Santana.

Editora: Skript

Número de páginas: 93

Ano de publicação: 2020


Emília 100 anos é um quadrinho em comemoração ao centenário da personagem de Monteiro Lobato. A HQ reúne 25 histórias inéditas que apresentam a boneca de pano de formas diversas (aparência, raça/etnia, idade), tudo isso porque a editora Skript convidou 26 quadrinistas para apresentarem suas próprias releituras de Emília.


Por mais que as histórias de Lobato façam parte do repertório de leitura do público infantojuvenil e sejam reconhecidas por isso, não podemos anular o teor racista e nada diverso presente em seus contos, essa obra de forma indireta (não tenho certeza se há intenção de crítica) assola temáticas e preconceitos do autor.


Mesmo com Emília existindo há mais de 100 anos, as histórias com as diferentes versões da boneca tagarela trazem importantes ensinamentos com características atuais. O racismo, por exemplo, é apresentado a Emília em uma das histórias — o que faria Monteiro Lobato se revirar no túmulo, com certeza. Claro que a HQ também contém muito humor, característica indissociável da personagem. Você simplesmente aprende e passeia entre as diferentes interpretações e conhece um pouquinho de cada artista responsável através dos quadrinhos (o que é ótimo para crianças que terão contato com a HQ) .É perceptível o cuidado da Skript na escolha de cada uma das artistas convidadas para compor a obra.


Falando especificamente da edição e da parte gráfica, Emília 100 Anos tem suas HQs divididas por diferentes ilustrações de Emília. Vagamos em roteiros infantis, mas também com reflexões, humor e crítica nas histórias que, em alguns casos, não chegam a ter balões de fala! É interessante também notar o contraste que em cada uma das 25 histórias: umas contam com cores mais vivas, outras focam em menores cores e mais harmonia. Temos histórias hilárias, temos histórias difíceis, temos histórias de amor... Tem história pra todo mundo, e isso, de forma alguma, deixa de ser atrativo para quem lê. Eu gostei bastante, na verdade!


“O nascimento” de Ana Maria Sena é uma surpresa e tanto, além de ter uma ilustração lindíssima em tons terrosos, transmite uma mensagem muito bonita sobre como o amor é capaz de se transformar, através da história de dois irmãos, um menino e uma menina negros que vão visitar a avó um tempo após a perca do avô. Já “Imaginatório” de Giulia Garcia, chama atenção pelas cores vibrantes e a criatividade utilizada para viajar em cinco páginas na imaginação de Emília enquanto aguarda ser encontrada no esconde-esconde, ela cria seu novo reino e ao final tem uma nova história para contar a todos.


Por fim, deixo meu comentário final: é muito interessante e importante ver a diversidade sendo abordada na coletânea. Para fãs do Sítio do Pica-pau Amarelo, assim como eu, imaginar aquela velha Emília que conhecemos da TV não só ativa memórias quentinhas, mas também nos leva a conhecer a infinidade de representações e histórias que a personagem pode ter. A leitura da edição vale muito a pena não só pela qualidade visual, mas também pela amplitude do público que ela pode atingir.


Nota: 5/5




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