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  • Foto do escritorMayrah Luiza

Só os Inteligentes Podem Ver

Atualizado: 6 de nov. de 2022

Hq bibliográfica de Guilherme Smee fala sobre crescer sem perceber sua homossexualidade


Peça gráfica composta pela capa do quadrinho "Só os Inteligentes Podem Ver". O livro possui uma capa verde, seu título escrito em  marrom, ao fundo estão ilustrações de olhos e  a frente um homem branco de jaqueta caramelo, camiseta vermelha e óculos escuros
Foto: Divulgação Marca Fantasia

Nota das Cartunadas: este texto, diferente da maioria do nosso site, não possui transcrição em áudio por problemas técnicos que estamos enfrentando. Assim que isso tudo passar, iremos incluir a versão em áudio, tudo bem?


Título: Só os Inteligentes Podem Ver

Autor: Guilherme Smee

Editora: Marca de Fantasia

Número de páginas: 58

Ano de publicação: 2019


Tendo como objeto de estudo o quadrinho Fun Home: uma tragicomédia em família, da autora lésbica Alison Bechdel, Guilherme Smee disserta e ilustra em Só os Inteligentes Podem Ver, sobre teorias dos estudos queer, feministas, de identidade de gênero e das pressões socioculturais para uma imposição da heterossexualidade, embasado na filósofa Judith Butler.


A obra é dividida em quatro capítulos de histórias em quadrinhos e, em seus intervalos, blocos de teoria. Ilustrado com simples traços em preto e branco, o livro está estruturado através de uma linha do tempo confesso que por vezes me vi perdida na sequência da história. Tendo em vista que somos um portal que discute acessibilidade, um ponto negativo que gostaria de pontuar é o baixo contraste em algumas páginas, o que dificulta a legibilidade do texto. Aproveitando este gancho, é interessante mencionar também que, em alguns momentos, tive problemas para ler as frases do quadrinho, acredito que seja por conta da escolha da escrita mais manual.

Um quesito positivo e que tornou minha experiência de leitura mais interativa foram os trechos de músicas do cantor Tom Jobim (querido pela família do autor) presentes em grande parte das páginas. Fui escutando cada uma delas conforme foram aparecendo e achei bem interessante. É relatado no capítulo “Parte” que a família de Guilherme apreciava Jobim e que houve uma grande comoção quando foi noticiada a morte dele, como se fosse a perda de um ente querido.


Outro capítulo que me chamou atenção foi o “Amiga”, onde o autor conta sobre sua relação com a amiga imaginária Tininha e como talvez não fosse apenas a sua imaginação, mas também a concretização da sua versão feminina. Tudo isso baseado na Teoria da Psicanálise Junguiana, onde o padrão feminino é gravado no inconsciente masculino.


Falando um pouco sobre a parte mais teórica de Só os Inteligentes Podem Ver, é indiscutível como foi aprofundada a pesquisa de Smee. Diversos conceitos foram explicados e comparados para melhor entendimento do leitor como a diferença entre sexo e gênero. Mesmo se tratando de uma escrita acadêmica, há uma linguagem clara, didática e objetiva, porém, não dispensa a atenção durante a leitura, que acontece de forma rápida.


O livro do publicitário, designer gráfico e roteirista, finalista do 1º Prêmio Mix promovido pelo 27º Festival Mix Brasil de Cultura e Diversidade desmistifica conceitos como, identidade de gênero e sexualidade, muito importantes nos dias de hoje que, seja por falta de compreensão ou intolerância, geram ódio e violência. Só os Inteligentes Podem Ver abraça principalmente os jovens LGBTQIA+, mas com toda a certeza é uma leitura recomendada para todo o público jovem e adulto.


Nota: 4 /5


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